Ano de Humanidades

A comunidade do seminário conta com um Ano de Humanidades, iniciado em 2005, seguindo à exitosa experiência feita no Seminário Santo Tomás de Aquino, no Distrito dos Estados Unidos.

Reflexionar sobre a vocação

Este ano tem uma finalidade bem determinada: permitir aos jovens que não descartam a ideia da vocação sacerdotal ou religiosa, pensar sobre esse ponto com o tempo, o silêncio e a seriedade requeridos.

Neste sentido, o Ano de Humanidades representa uma solução a uma necessidade moderna. A experiência mostra que uma das falhas da juventude de hoje é o temor e a indecisão para assumir compromissos, especialmente quando implicam responsabilidades importantes e definitivas, como é o caso do sacerdócio ou do matrimônio.

A situação é distinta quando o jovem pode contar com um ano de vida em um entorno sacerdotal ou religioso, com a disciplina própria de uma vida consagrada, com o contato que o sacerdote e o religioso têm com a oração e a liturgia, não tendo inicialmente a responsabilidade de assumir nenhum compromisso.

Durante esse ano, vivendo como um seminarista ou um religioso, o jovem poderá ver por si mesmo se reúne as capacidades e aptidões para responder a um possível chamado de Deus e estará em condições, ao final do ano, de tomar uma decisão.

Formação do juízo

Que benefício pode ter um jovem que ingressa no Ano de Humanidades?

Desde o ponto de vista intelectual, no transcurso do ano, estudará doutrina (catecismo e atas do magistério), latim, história, arte, canto, língua espanhola e literatura, em resumo, receberá certa formação humanística que procura suprir as notáveis falhas do sistema educacional moderno.

Tem como finalidade permitir ao jovem humanista formar um juízo correto do mundo atual e disciplinar suas faculdades para ser capaz de dedicar-se séria e metodicamente ao estudo. Sendo ambas as qualidades essenciais para a formação sacerdotal, sem deixar de serem também muito úteis para qualquer pessoa.

Ao considerar a estrutura das escolas de hoje, percebe-se que tudo aponta a formar o «homo faber», isto é, um homem capaz de fabricar e de produzir, um homem tecnológico cuja vida está centrada na informática. Mas essa ênfase na formação técnica traz atualmente um enorme detrimento do desenvolvimento das qualidades humanas mais essenciais para a vida social, inclusive o pensamento crítico da realidade, induzindo a sociedade moderna à mais deplorável submissão à cultura de massa.

Portanto, é necessário reagir formando de novo o «homo sapiens», o homem desejoso de saber, homem de princípios, que, fundamentado na reta norma da prudência e da fé e respaldado pelos princípios imutáveis da sabedoria dos antigos, saiba considerar atentamente os acontecimentos passados e a natureza humana para formular um juízo correto da realidade atual.

Conheça as disciplinas estudadas no ano de Humanidades.

Formação da vida interior

Mas esses benefícios representam muito pouco, ao considerar o mais importante de todos eles, que está no fato de que esses jovens vivem durante um ano inteiro em um seminário da Fraternidade São Pio X, a congregação criada por Deus para conservar a Tradição de sua Igreja.

Nesse lugar, eles têm o tesouro invejável de uma vida litúrgica quotidiana e profunda, baseada nos mais antigos e veneráveis costumes da Igreja, com a missa diária e a celebração solene dos principais mistérios de nossa Redenção. Contam também com a confissão semanal, aprendem a fazer a meditação, se acostumam a rezar diariamente o terço, construindo assim uma vida espiritual sólida e verdadeira se cooperam com as numerosas graças que Deus lhes concede durante esses meses.

Para os jovens que optem por entrar no seminário, essa formação e essa vida espiritual lhes permitirão estar em contato tanto com Deus como com o mundo material. E para os que decidam voltar à vida secular, regressarão a ela com una sólida formação que os ajudará a superar as perversões do mundo atual, depois de haver-lhes permitido adquirir valiosíssimas amizades, que serão um tesouro inestimável para todas as suas vidas.